Cerca de 150 idosos se inscreveram na 16ª Corrida UNICEP, que aconteceu no dia 18 de junho. 47 participaram da prova de 15 km, 19 da prova de 7,5 km e 57 na de 5 km, os demais estavam na caminhada. Nas últimas décadas, foi possível provar que os idosos têm vivido cada vez mais. A longevidade significa que além de viver mais, as pessoas vivem melhor, com mais qualidade de vida, aumentando assim, a expectativa de vida.
Além do tratamento e da prevenção de diversas doenças, as pessoas têm buscado se alimentar melhor e muitas praticam esportes, inclusive por indicação médica, algumas vezes, pois é importante que o envelhecimento seja ativo para a manutenção da saúde.
De acordo com o professor do curso de Educação Física da UNICEP, Prof. Dr. Fabiano Candido Ferreira, Fisiologista do Exercício: “Para a nossa satisfação a cada nova edição da Corrida UNICEP vem aumentando a participação de idosos nas diversas provas. Idosos com mais de 80 anos de idade conseguindo completar as diversas modalidades! ”.
Fabiano explicou que o avanço científico em diversas áreas tem contribuído para a maior longevidade no Brasil, e no mundo, com consequente aumento da população idosa. “O processo de envelhecimento tende a gerar uma redução natural e gradual de funções fisiológicas no corpo como um todo. Contudo, esse processo natural não deve ser motivo para o indivíduo desistir de praticar exercícios físicos orientados. Aliás, o que deve ocorrer é justamente a manutenção e início de uma vida mais ativa e menos sedentária. Pesquisas mostram que o sedentarismo gera maiores prejuízos para a saúde do que o processo de envelhecimento propriamente dito. ”, afirmou o professor.
E o docente ainda confirmou as células são vivas e estão se remodelando a todo o momento, com proteínas e outras estruturas sendo destruídas e outras sendo sintetizadas no lugar para manter as funções corporais. De forma geral, o processo de envelhecimento é justamente a redução gradativa na capacidade das células em renovar as estruturas corporais de forma 100% adequada, gerando as diversas consequências do envelhecimento, como reduções de níveis hormonais, redução de sinalizadores cerebrais (neurotransmissores) que podem gerar demências, redução de massa cerebral, redução das proteínas contráteis musculares o que reduz a massa muscular e a força, inclusive do coração, redução do conteúdo mineral ósseo podendo chegar à osteoporose, enfim, todas as consequências que se pode observar com o envelhecimento.
“O nosso corpo é maravilhoso, ele se adapta gradativamente ao trabalho ou à falta de trabalho que lhe é imposto. Quando o indivíduo é sedentário, ele subutiliza a capacidade funcional das suas estruturas celulares, células, tecidos, órgãos e do corpo como um todo. ”, disse Fabiano.
Assim, o exercício físico gera uma maior demanda funcional, um maior esforço para as células, tecidos, órgãos, sistemas fisiológicos fazendo com que a cada sessão de treino, haja sinalização para um remodelamento corporal positivo, pois o corpo entende que ele precisa melhorar para se desgastar menos no próximo treino. Dessa forma, através de um treinamento orientado, gradual e constante o corpo vai se remodelando para conseguir o que precisa para realizar aqueles treinos, melhorando o corpo como um todo e melhorando ainda mais aquelas capacidades que estão sendo mais especificamente treinadas.
“No caso dos idosos que a cada ano estão melhorando seus resultados na Corrida ou Caminhada UNICEP, seus músculos estão se fortalecendo e aumentando sua massa para gerar força para caminhar ou correr, seu metabolismo também melhora (inclusive combatendo o diabetes e problemas com colesterol no sangue), pois os músculos precisam conseguir gerar mais energia para poder contrair com mais força. O sistema respiratório também melhora uma vez que precisa captar mais oxigênio para ser utilizado nos músculos ativos e eliminar mais dióxido de carbono produzido pelo nosso metabolismo. O coração e o sistema vascular também melhoram já que precisam aumentar a sua capacidade de bombear sangue e transportá-lo aos tecidos, pois é o sangue que leva o oxigênio e os nutrientes aos músculos e demais tecidos corporais. ”, ressaltou Fabiano.
E concluiu: “O treinamento regular e orientado gera uma melhora em todo o corpo, isso gera uma reserva funcional para o indivíduo, seja ele idoso ou jovem o que aumenta muito a qualidade de vida e a saúde, além dos benefícios do convívio social. Lembre-se que com o envelhecimento a resposta ao treinamento é mais lenta, mas ela existe e a melhora ocorre. Tire de sua mente o pensamento de que porque já é idoso não adiante mais fazer exercícios, é justamente o contrário, mais uma vez repito! ”. Maria Salete Machado Barros aos 68 anos, correu 15 km: “Achei a prova ótima, é cansativa, mas o caminho é gostoso, o percurso é muito bom”, afirmou logo ao final da prova. E seu companheiro, José Tadeu Barros, de 70 anos, completou: “Eu achei a prova muito boa, como sempre, estivemos aqui o ano passado, somos fãs dessa prova, ela é difícil, mas dá para completar numa boa”. O casal veio de Poços de Caldas para participar da prova, é o segundo ano que participam do evento e contaram que começaram a correr há 9 anos: “A universidade é muito bonita, somos fãs, a organização é maravilhosa”, afirmaram e concluíram: “Se nós começamos a pouco tempo, você também consegue! ”.
E o docente da UNICEP ainda deixou uma dica para quem quer começar: “Procure uma modalidade de treinamento físico que lhe agrade, comece devagar, com a orientação de um profissional de educação física. Faça dessa atividade um hábito, não uma obrigação. Dessa forma, o idoso vai construindo reservas físicas e que permitam manter e até aumentar o ânimo, o vigor, o intelecto, o lazer e a sociabilidade para usufruir melhor o tempo”.
A UNICEP tem o projeto “Atividade Física na Terceira Idade”, sob responsabilidade do professor Fabiano, interessados entrem em contato com o Labinte (16) 3362-2111 (ramal 2158).
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