APRESENTAÇÃO
É bem provável que as redes sociais, assim como as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), impactaram no circuito de nossas competências e habilidades culturais e intelectuais. Estão a, diariamente, desafiar-nos, especialmente na área educacional. São muitas possibilidades de desenvolvimento do contato, da troca, do conhecimento, da cultura, das artes, para muito além das aulas que uma instituição educacional tradicionalmente oferece. Mesmo as grades curriculares, crescentemente, têm passado por mudanças que refletem essas transformações e possibilidades. O tempo-espaço se distende nos novos meios – diz-se “bom dia” quem escreve para quem responderia “boa tarde” ou “boa noite”. Leciona-se agora uma aula que será vista apenas na semana que vem, ou no ano que vem. Ela pode ser assistida daqui a cinco anos no outro lado do planeta.
Ocorre, entretanto, que embora talvez nunca uma ou mais gerações tenham sido tão convidadas a escreverem, a se expressarem, a contatarem textos e ícones, memes, figuras de pensamento e linguagem, para muito além do local onde se nasceu e cresceu, para muito além de qualquer aldeia, vilarejo ou cidade que seja, embora tal ocorra, é bastante identificável que esse fenômeno não implicou necessariamente numa compreensão melhor do mundo e das coisas. O fenômeno não implicou a ascensão a uma consciência filosófica mais profunda e libertária. Entre outros motivos, porque nosso país tem muitos déficits educacionais. Ao mesmo tempo em que parecemos estar a viver numa “era do conhecimento”, o que também é verdade, concomitantemente vivemos a antiética da pós-verdade, do “Fake News”, só possíveis por conta do referido déficit. As pessoas lêem muito, escrevem muito, assistem muito, mas em geral não interpretam bem, têm sérias dificuldades para amarrar as informações, para produzir informações e conhecimento. Faltam-lhes, em geral, métodos de análises e repertórios.
Para sistematizar o problema e sem delongas anunciar nosso principal objetivo, de um lado, as possibilidades, de outro, os limitantes. Que fazer? A literatura, o cinema e as artes são essenciais para pugnar pelo desenvolvimento humano, pelo desenvolvimento das competências da aprendizagem. E é pensando nisso que o Unicep pretende desenvolver este projeto. Ele envolve profissionais da área educacional, educadores, estudantes, pesquisadores, e a comunidade, em torno de um clube – o Clube de Literatura, Cinema e Artes do Unicep! Nosso maior interesse é o cultivo de um amplo repertório que oportunize a nossos estudantes, especialmente sob a forma de “atividades complementares”, amplas possibilidades de desenvolvimento educacional e humano, além do prazer que um clube deste gênero pode proporcionar a todos os participantes, assim como à comunidade.
Trata-se de um projeto que envolve ensino-aprendizagem, pesquisa e extensão! Um projeto que faz uso inteligente de nossos recursos humanos e científicos, totalmente articulado com a Missão e o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), qual seja, o de contribuir com o desenvolvimento nacional, o bem-estar, a qualidade de vida, e o de pugnar pela formação de recursos humanos de alta competência, socialmente responsáveis, por intermédio da disseminação de conhecimentos num ambiente dinâmico de pesquisa e criação.