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Sinergia Vital: A Dança entre Biomedicina e Medicina Moderna na Era Contemporânea


Sinergia Vital: A Dança entre Biomedicina e Medicina Moderna na Era Contemporânea
Sinergia Vital: A Dança entre Biomedicina e Medicina Moderna na Era Contemporânea

Introdução

A saúde é uma das esferas mais complexas e fundamentais da experiência humana, sendo central para a qualidade de vida e o bem-estar de uma sociedade.


Nesse contexto, duas áreas se destacam como pilares para o entendimento e avanço da saúde moderna: a Biomedicina e a Medicina Moderna.


A Biomedicina, que se debruça sobre os aspectos mais fundamentais da biologia humana, busca compreender os mecanismos moleculares e celulares que governam o funcionamento do nosso organismo.


Seu papel primordial é decifrar as bases das doenças, elucidando caminhos para potenciais tratamentos e terapias. Por meio de pesquisas aprofundadas e tecnologias avançadas, esta área desvenda os segredos da vida, criando a base para intervenções médicas mais eficazes.


Por outro lado, a Medicina Moderna, com suas práticas clínicas e abordagem voltada ao paciente, aplica esse conhecimento no diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças.


Ela se preocupa em trazer para a realidade cotidiana os avanços proporcionados pelas descobertas biomédicas, garantindo que inovações sejam traduzidas em cuidados de saúde tangíveis.


Juntas, essas disciplinas formam a vanguarda da saúde contemporânea, sendo responsáveis pelos avanços que observamos em termos de longevidade, qualidade de vida e combate a doenças.


Ao explorar essa relação intrínseca entre Biomedicina e Medicina Moderna, somos capazes de entender como a ciência e a prática clínica se entrelaçam para moldar o panorama atual da saúde.


Como a Biomedicina se relaciona com a Medicina do Futuro?

A Biomedicina, hoje, já é tida como uma das profissões do futuro. A profissão, embora razoavelmente nova, já é regulamentada com piso salarial, além de apresentar uma série de áreas de atuação em função das diversas competências atribuídas aos biomédicos.


No entanto, como qualquer profissão que tende a se destacar substancialmente nos próximos anos, a tecnologia representada pela inteligência artificial (IA) se faz cada vez mais presente. Profissionais biomédicos que desejam se destacar precisam estar alinhados com as ferramentas de IA.

Mas, qual a relação da Biomedicina com as ferramentas de IA?

A inteligência artificial é uma área da tecnologia que se expande vertiginosamente, afetando muitas áreas do conhecimento, como a Biomedicina. A relação se estabelece no potencial de que estas ferramentas trazem ao cotidiano dos biomédicos, sobretudo, na análise de dados estatísticos e de pesquisa.


Já existem muitas áreas da Biomedicina que estão sendo afetadas pela IA, como as ciências de dados, aprendizado de máquina e bioinformática. Um biomédico capacitado deve estar por dentro desta dinâmica, já que são aprendizados que exigem mais habilidades e competências.


Um exemplo recente da utilização das IAs pela Biomedicina evidenciou a triagem de algumas doenças, utilizando técnicas de ciências de dados, possibilitando o desenvolvimento de um diagnóstico mais assertivo e rápido.


Neste estudo, realizado por pesquisadores dos Estados Unidos, profissionais biomédicos utilizaram-se de um app capaz de identificar variações nas unhas de pacientes anêmicos. O método mostrou-se muito eficiente, já que foi menos invasivo, levando a diagnósticos eficientes em relação à anemia.


A palidez nas unhas é um grande indicativo de anemia. Por meio desta técnica, rapidamente os pacientes poderiam ser identificados e o tratamento iniciado. Esta técnica revela o potencial que a IA pode fornecer à Biomedicina, quando trabalhados em conjunto.


Outro ponto que, certamente, revelou a importância do biomédico para a sociedade, foi a pandemia de COVID-19.


Em resposta ao momento de tensão, vacinas foram produzidas em tempo recorde, para atenuar o impacto nocivo do vírus sobre as pessoas, a fim de se reduzir a mortalidade, assim como os sintomas das variantes. E quem foram os responsáveis? Sim, os biomédicos.


No entanto, não podemos nos tornar reféns ou dependentes das IAs para o exercício do trabalho, na prática do dia a dia. Existem habilidades que nunca serão desenvolvidas pelas máquinas, como as habilidades socioemocionais.


Em outras palavras, existem mecanismos que nunca poderão substituir o pensamento humano, já que as máquinas não são seres sencientes, ou seja, não são capazes de sentir.


É importante que biomédicos capacitados desenvolvam algumas características que os tornarão ainda mais únicos, como: inteligência emocional, pensamento crítico, resolução de problemas complexos, assim como a liderança e gestão de pessoas.


Estas características possibilitarão a formação de maior preparo para lidar com as adversidades humanas, em alinhamento com as potencialidades da inteligência artificial.


Nesse sentido, alguns avanços em Biomedicina tem sido muito notórios. E estes avanços emergem juntamente a uma pesquisa de ponta que tem sido capaz de direcionar o futuro da saúde que hoje conhecemos.


Avanços em Biomedicina: Impacto da Pesquisa de Ponta sobre a Saúde

Embora a Biomedicina seja uma ciência relativamente nova, sempre esteve presente no meio social. Historicamente, a curiosidade em descobrir fenômenos relacionados a microrganismos ou o mecanismo de doenças sempre esteve em pauta na Humanidade.


Ao nos depararmos com a história da saúde mundial, devemos identificar o nascimento da medicina como saber autônomo, em referência a Hipócrates (Reale & Antisseri, 1986), revelando o início do legado da civilização grega clássica.


Para outros especialistas, o início da Medicina somente ocorreu com o desenvolvimento da ciência da Bacteriologia. De acordo com Rosenberg (1976), o estudo das bactérias e seus fenômenos teria iniciado a descoberta da ciência biomédica.


Não podemos deixar de mencionar o caso de Pasteur, o qual se dedicou a compreender os efeitos de medicamentos sobre a saúde humana, principalmente a respeito da descoberta da penicilina, no século XIX.


Mas, o que estas descobertas tem em comum?

Sem dúvidas, a busca incessante pela verdade, seja por meio de métodos empíricos ou teóricos. A relação entre pesquisa e inovação em saúde sempre foi evidente.


No entanto, ao considerarmos o Brasil neste vasto cenário, um grande atraso ainda se faz presente.


Tecnologia e sociedade ainda permanecem desajustadas, fruto de problemas de ordem socioeconômica, estruturais e também ao desinteresse relacionada às pesquisas de inovação em saúde.


Como resultado, verifica-se hoje ainda uma grande disparidade em relação à economia da tecnologia na área da saúde. Quando comparado a países mais desenvolvidos, como os EUA, o Brasil ainda se encontra aquém do que se espera em termos de resolução de saúde.


Embora tenhamos um dos melhores sistemas públicos de saúde (SUS), apresentamos grande dificuldade no alinhamento entre a pesquisa e o aumento do nível de qualidade e acesso a exames e tratamentos, sobretudo, pelas populações mais carentes.


No entanto, o desenvolvimento de tecnologias e novas perspectivas na área da pesquisa evocam mudanças positivas na área da saúde. Especialistas denominam este processo como “revolução biomédica”.


O que seria a revolução biomédica?

A revolução biomédica, a que muitos autores se referem, na atualidade, diz respeito à mudança de perspectiva observada no quadro de saúde pública, sobretudo com os avanços nas ciências biomédicas.


É importante que a revolução biomédica não seja confundida com o modelo biomédico. O modelo evoca a percepção de que o entendimento de doenças resume-se, somente, a aspectos biológicos dos indivíduos.


Já a revolução biomédica diz respeito ao desenvolvimento emergente de pesquisas de ponta em relação a doenças, assim como medicamentos, também alimentados por investimentos na área da inteligência artificial.


A revolução biomédica tem modificado todo o cenário da saúde. Estudos demonstram também a importância da correlação entre sistemas de inovação e sistemas de bem-estar social.


Para alguns pesquisadores, como Hicks & Katz (1996), existe uma correlação direta entre a capacidade de se gerar qualidade de vida dentro da perspectiva da inovação. E com isso, a pesquisa de ponta torna-se ainda mais necessária.


Estes estudos também identificam a importância dos hospitais como grandes pontos de congruência entre os sistemas mencionados. A Biomedicina, então, torna-se uma área que cultua a inovação, para que gere níveis saudáveis de bem-estar à sociedade.


A importância da Inovação para a Biomedicina

A Biomedicina é uma área do conhecimento que tende a se expandir, progressivamente, com o aumento da carga de investimentos em pesquisa de ponta. Este processo alinha-se diretamente com os sistemas de bem-estar e inovação.


A Organização Mundial de Saúde (OMS) declara que a condição das populações mundiais é diretamente associada ao progresso tecnológico. Em outras palavras, quanto maior for a articulação e mobilização de recursos em prol de novidades tecnológicas, melhor serão as condições de vida em uma população.


A partir desta informação, o surgimento de desigualdades internacionais é iminente. Adicionalmente, a OMS revela que apenas 2,2% de todos os recursos em pesquisa em saúde são mobilizados por países em desenvolvimento, conforme apontado por (WHO, 1996).


As estatísticas trazidas refletem a realidade que demonstra o progresso social de cada nação. Claramente, existe uma correlação direta entre o surgimento e permanência de doenças, com o nível de desenvolvimento/investimento tecnológico.


Países com menores investimentos em tecnologia tendem a ser mais acometidos com doenças recorrentes ou apresentam maior susceptibilidade ao desenvolvimento de novas variantes.


O cenário da pandemia de COVID-19 foi estarrecedor. Muitos países que se enquadram na baixa tecnologia permanecem na recuperação econômica e social, em virtude das consequências do pós-pandemia.


Todas as informações e cenários identificam a importância da área da Biomedicina em revelar novas abordagens e estimular ainda mais a pesquisa de ponta, sobretudo, como forma de reduzir as mazelas sociais.


Biomedicina Hoje e Novas Abordagens Terapêuticas

Ao longo do texto, percebemos a importância do biomédico como profissional capaz de modificar o cenário social à sua volta. É evidente a capacidade de atuação frente às diferentes demandas que surgem no contexto da saúde.


Um caso recente que reflete o potencial de atuação dos biomédicos, ocorreu com a possibilidade de poderem realizar a prescrição de compostos à base de cannabis. Em uma resolução do Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), biomédicos que sejam especializados na área da Medicina Tradicional Chinesa – Acupuntura, poderão passar a prescrever medicamentos à base de “maconha”.


Estas novidades revelam o alto impacto que a Biomedicina passa a exercer sobre a sociedade. Embora ainda existam questões éticas pertinentes, sobretudo em relação ao uso terapêutico da maconha, biomédicos estão na linha de frente representando a busca pela qualidade de vida dentro da saúde.


O profissional biomédico, portanto, é um sujeito que é capaz de interconectar tanto questões presentes na indústria farmacêutica, quanto na parte acadêmica. Sua formação contempla tanto questões relacionadas a medicamentos, quanto a possibilidade de atuar em centros universitários.


Em virtude disso, a profissão biomédica tornou-se ainda mais necessária para o equilíbrio social. Não podemos deixar de mencionar o momento da pandemia de covid-19, quando biomédicos brasileiros rapidamente desenvolveram testes que verificavam a presença/ausência da variante, a fim de trazer maior conforto à população.


O que podemos concluir sobre a Biomedicina e a Medicina Moderna?

A Biomedicina e a Medicina Moderna, embora sejam áreas distintas em suas funções e objetivos, são intrinsecamente interligadas, formando a base para os avanços da saúde contemporânea.


A Biomedicina, com sua forte ênfase em pesquisa, é crucial para a descoberta de novas tecnologias, tratamentos e conhecimento sobre o funcionamento do corpo humano. Ela debruça-se sobre os mecanismos moleculares e celulares das doenças, permitindo uma compreensão profunda das patologias e das possibilidades de intervenção.


Por outro lado, a Medicina Moderna aplica essas descobertas na prática clínica, tratando pacientes, prevenindo doenças e melhorando a qualidade de vida das populações. A medicina é o campo onde as inovações biomédicas são testadas, ajustadas e consolidadas.


Juntas, essas disciplinas proporcionam uma simbiose que potencializa os avanços da saúde, levando a diagnósticos mais precisos, tratamentos personalizados e terapias mais eficazes.


Podemos concluir que a combinação da pesquisa biomédica com a aplicação clínica da Medicina Moderna é a chave para o progresso contínuo no campo da saúde.


O papel da Biomedicina no entendimento das bases das doenças e o papel da Medicina em aplicar esses conhecimentos para beneficiar os pacientes, demonstram que ambas são fundamentais para uma abordagem holística da saúde.


A interconexão entre essas áreas garante uma resposta mais robusta e integrada aos desafios da saúde contemporânea, permitindo que a sociedade avance em direção a um futuro mais saudável e promissor.


Referência Bibliográficas:


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