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Estilos parentais e seus impactos na adolescência: um recorte dos estudos produzidos nos últimos 10 anos

 

Camila Antonia Bueno[1] 

Elisângela Maria Machado Pratta²

 

Resumo

No ambiente familiar, a relação entre pais e filhos é mediada pelos Estilos Parentais. Estes são classificados em autoritário, permissivo e autoritativo. Um dos momentos cruciais da vivência familiar é a adolescência dos filhos, considerado um momento de intensas mudanças, durante o qual torna-se essencial o apoio e suporte dos pais para que o desenvolvimento do adolescente ocorra de forma adequada e saudável. Frente a isso, esse estudo se propôs a analisar quais são os impactos gerados pelos estilos parentais no desenvolvimento biopsicossocial do adolescente. Para tanto, foi realizada uma revisão sistemática da literatura produzida nos últimos dez anos, a partir de buscas nas bases de dados: SCIELO, PEPSIC e Periódicos CAPES. Foram inseridos, na amostra final dessa revisão, 14 artigos. A partir dos resultados obtidos, analisados de forma quantitativa e qualitativa, observou-se que o estilo parental autoritativo gera impactos positivos ao desenvolvimento do adolescente, no que diz respeito à aspectos físicos, psicológicos e sociais, e os estilos parentais autoritário e permissivo geram impactos negativos a esses mesmos aspectos, além de levarem à prejuízos que podem se estender até a vida adulta. Conclui-se que o estilo parental autoritativo é o mais adequado e protetivo ao adolescente, especialmente em termos de saúde mental.

 

Palavras-Chave: Adolescente; Psicologia do Desenvolvimento; Relações Pais-Filho; Desenvolvimento Humano.

 

Introdução

Os Estilos Parentais são descritos como o comportamento dos pais para com seus filhos e serve para caracterizar a relação entre estes (Lawrenz et al., 2020).  São descritos em três categorias: autoritário, permissivo e autoritativo (Baurimd, 1966; Maccoby; Martin, 1983). A classificação é feita com base em duas dimensões a exigência, que se refere a atitudes de controle e imposição de regras, e a responsividade, que se refere a atitudes compreensivas e de apoio emocional (Costa; Teixeira; Gomes, 2000).

Cada estilo parental possui características específicas que podem produzir efeitos positivos ou negativos, a depender de como essas dimensões são manejadas pelos pais. O estilo parental autoritário possui como característica o alto nível de exigência e baixa responsividade, controle excessivo e desvalorização de características como independência, diálogo e autonomia dos filhos, além de serem punitivos. O permissivo é caracterizado por uma alta responsividade e baixa exigência, alta tolerância, falta de limites e comportamentos menos punitivos. O estilo parental autoritativo, por sua vez, possui equilíbrio entre responsividade e exigência, os pais autoritativos conseguem estabelecer limites e regras ao mesmo tempo em que estão atentos às necessidades dos filhos e promovem diálogo (Chora et al., 2019).

Os estilos parentais exercem impactos em termos do processo de desenvolvimento, em especial no que diz respeito aos períodos da infância e adolescência, pois os pais estabelecem limites e regras desde os primeiros anos de vida dos filhos. Durante a adolescência, é possível observar diversas mudanças de ordem biopsicossocial, como o amadurecimento do corpo físico, desenvolvimento da identidade (Silva, 2022), busca por relacionamento com seus pares, afastamento dos pais/cuidadores e formação da identidade individual, descobrimento da sexualidade e, também, de relacionamentos amorosos (Papalia; Feldman, 2021) que podem afetar o adolescente e seu ambiente familiar.

Neste cenário, investigar os efeitos dos estilos parentais na vivência dos adolescentes pode proporcionar um novo panorama para entender como os pais têm se posicionado frente aos filhos adolescentes, como isso pode afetá-los e o quanto isso é positivo ou negativo. Diante disso, essa pesquisa teve como objetivo analisar quais são os impactos gerados pelos estilos parentais no desenvolvimento biopsicossocial do adolescente.

 

Método

Trata-se de um estudo de revisão sistemática da literatura, conduzido de acordo com as diretrizes do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) (Moher et al., 2009) o qual apresenta dados de caráter qualitativo e quantitativo, e busca responder à pergunta: quais os impactos gerados pelos estilos parentais no desenvolvimento biopsicossocial do adolescente?

As buscas foram realizadas de fevereiro a abril de 2023, através das bases: SCIELO, PEPSIC e Periódicos CAPES. Para a busca as palavras-chave e combinações utilizadas foram: “Estilos Parentais”/“Estilos Parentais” AND “Psicologia”/“Estilos Parentais” AND “Adolescência”/ “Estilos Parentais” AND “Adolescência” AND “Psicologia”/”Parenting Styles”/“Parenting Styles” AND “Psychology”/”Parenting Styles” AND “Adolescence”.

Para a seleção dos artigos foram utilizados como critérios de inclusão: (1) a amostra final deveria incluir adolescentes, mesmo que abrangendo outras faixas etárias; (2) veículo de publicação – periódicos indexados; (3) ano de publicação entre 2013-2023; (4) modalidade da produção científica: trabalhos originais relacionados à Psicologia, Saúde Pública e Educação, envolvendo relatos de pesquisa, relatos de experiência profissionais e estudos trazendo intervenções; (5) idioma da publicação: língua portuguesa; (6) produções cuja metodologia adotada permitiu obter evidências sobre o tema em estudo em consonância com os objetivos dessa revisão. Os critérios de exclusão foram: (1) artigos que não estejam disponíveis na íntegra; (2) população com algum transtorno ligado ao neurodesenvolvimento (por exemplo, Transtorno do Espectro Autista, Distúrbios de Aprendizagem ou Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade) ou psicopatologias (por exemplo, Transtorno Depressivo Maior ou Transtornos de Ansiedade); (3) revisões; (4) estudos teóricos; (5) validação de instrumentos. 

Para a análise dos dados obtidos, foi utilizado o programa Microsoft Access, que serviu para construção do banco de dados através de tabelas criadas pela autora, o que permitiu cruzar informações entre os artigos selecionados, isso possibilitou a obtenção dos dados no conjunto. Os dados obtidos foram analisados de forma quantitativa e qualitativa. Para a análise quantitativa foram calculados a frequência simples e porcentagem e, para a análise qualitativa, foi utilizada a Análise de Conteúdo Temática de Bardin (2016).

 

Resultados e Discussão

O fluxograma abaixo (Figura 1) descreve o percurso de identificação, triagem e elegibilidade dos estudos selecionados.

Foram identificados quatorze estudos que se enquadraram nos critérios de inclusão. Destes, 50% (n=7) foram produzidos no Brasil (Fônseca et al., 2014; Santos et al., 2014; Ventura; Noronha, 2014; Tondowski et al., 2015; Murgo; Barros; Sena, 2018; Moura; Maranhão, 2018; Freitas; Souza, 2020), e 50% (n=7) foram produzidos em Portugal (FARIA; Pinto; Vieira, 2015; Simões et al., 2015; Vasconcelos-Raposo et Al., 2015; Mendes; Dias, 2018; Mota; Pinheiro, 2018; Mota; Ferreira, 2019; Monteiro; Mota, 2021).



Figura 1. Processo de seleção de artigos de acordo com as diretrizes do PRISMA.

Fonte:  PAGE, Matthew J. et al. The PRISMA 2020 statement: an updated guideline for reporting systematic reviews. BMJ, [S.L.], 29 mar. 2021. Disponível em: https://www.bmj.com/content/372/bmj.n71. Acesso em: 20 jul. 2024.

 

No que se refere ao método de análise dos dados utilizado nos estudos, verificou-se que 92,80% (n=13) dos estudos, correspondem à pesquisas de caráter quantitativo (Fônseca et al., 2014; Santos et al., 2014; Ventura; Noronha, 2014; Murgo; Barros; Sena, 2018; Faria; Pinto; Vieira, 2015; Tondowski et al.,  2015; Simões et al., 2015; Vasconcelos-Raposo et al., 2015; Mendes; Dias, 2018; Mota; Pinheiro, 2018; Mota; Ferreira, 2019; Freitas; Souza, 2020; Monteiro; Mota, 2021)  e 7,14% (n=1) tem caráter qualiquantitativo (Moura; Maranhão, 2018). Com relação às temáticas 28,57% (n=4) correspondem a estudos sobre a escolha profissional, 14,28% (n=2) são estudos referentes ao uso de drogas lícitas e ilícitas, 14,28% (n=2) são sobre bullying, 14,28% (n=2) sobre questões escolares (engajamento escolar e hábitos de estudo), 7,14% (n=1) são referentes ao uso das redes sociais, 7,14% (n=1) falam sobre a prática de atividades físicas, 7,14% (n=1) sobre competências sociais, e 7,14% (n=1) versa sobre confiança na relação com pares.

A seguir, apresenta-se (Quadro 1) a caracterização dos estudos incluídos nessa revisão quanto à bibliografia, idade da população estudada, objetivos e principais conclusões.

 

Quadro 1 – Caracterização dos estudos que compuseram essa revisão. São Carlos – SP, 2023.

Bibliografia

Objetivo

Idade

Principais Conclusões

Monteiro; Mota. Estilos parentais e o risco no uso das redes sociais em adolescentes e jovens adultos: papel mediador da personalidade. Portugal (2021).

Analisar o papel dos estilos parentais e da personalidade no desenvolvimento de comportamentos de risco no uso das redes sociais em adolescentes e jovens adultos.

Entre 14 e 20 anos

O estudo concluiu que aspectos negativos, como o desajustamento dos participantes da amostra estão relacionados aos estilos autoritário e permissivo. Aspectos positivos estão associados ao estilo democrático.

Mota; Ferreira. Estilos parentais, competências sociais e o papel mediador da personalidade em adolescentes e jovens adultos. Portugal (2019).

Analisar o papel dos estilos parentais e da personalidade no desenvolvimento das competências sociais dos adolescentes e jovens adultos.

Entre 14 e 25 anos

O estudo concluiu que o estilo democrático e uma personalidade emocionalmente ajustada possibilitam um desenvolvimento social positivo à população estudada, levando em conta o desenvolvimento de empatia, assertividade e autocontrole.

Freitas; Souza. Prevalência do uso de drogas e relações familiares entre adolescentes escolares de Cuiabá, Mato Grosso: estudo transversal, 2015*. Brasil (2020).

Analisar a prevalência e fatores associados ao uso de drogas na vida em adolescentes escolares.

Entre 10 e 19 anos

O estudo concluiu que o uso de drogas pelos adolescentes é maior quando os relacionamentos insatisfatórios com e entre os pais, além disso o uso de drogas também é maior quando os pais não possuem atitudes autoritativas.

Murgo; Barros; Sena. Associações entre Estilos Parentais, Interesses e Indecisão Profissional em Estudantes do Ensino Médio. Brasil (2018).

Verificar as relações entre estilos parentais, interesses profissionais e indecisão de adolescentes.

Entre 14 e 19 anos

O estudo concluiu que os pais possuem um papel significativo no processo de tomada de decisão de carreira, além disso, quanto maior o controle por parte dos pais, menores os níveis de autoestima dos filhos e maiores as dificuldades para tomada de decisões.

Mota; Pinheiro. Estilos parentais, bullying e o papel mediador da sintomatologia psicopatológica em adolescentes e jovens adultos.  Portugal (2018).

Analisar o papel dos estilos parentais no desenvolvimento de comportamentos de bullying em adolescentes e jovens adultos, assim como testar o efeito mediador da sintomatologia psicopatológica nessa associação.

Entre 14 e 25 anos

O estudo concluiu que comportamentos de bullying estão menos presentes quando os jovens crescem com um estilo parental democrático, com afetividade e controle equilibrados.

Mendes; Dias. Relação entre estilos educativos parentais, confiança interpessoal e vinculação na adolescência.  Portugal (2018).

Estudar a relação entre os estilos parentais, a confiança interpessoal e a vinculação aos pais, pares e par amoroso.

Entre 12 e 17 anos

O estudo concluiu que há uma importância significativa da família e suas práticas educativas nas relações que os participantes estabelecem com os pais, amigos e pares amorosos, em especial de estilos parentais mais responsivos.

Moura; Maranhão. Escolha Profissional do Adolescente Jovem: pesquisa de campo sobre as interfaces do apoio parental.  Brasil (2018).

Investigar o impacto do apoio parental na escolha profissional mediante a análise do estilo parental e da decisão profissional.

Entre 18 e 19 anos

O estudo concluiu que os estilos parentais influenciam a escolha da profissão e, dentre eles, o estilo autoritativo possui mais efeitos positivos.

Tondowski et al. Estilos parentais como fator de proteção ao consumo de tabaco entre adolescentes brasileiros. Brasil (2015).

Analisar a associação entre o uso de tabaco com os estilos parentais e o comportamento de fumar adotado pelos pais.

Entre 13 e 18 anos

O estudo concluiu que filhos de pais com estilo parental autoritativo têm menor chance de relatar o uso de substâncias, especialmente o uso de tabaco, se comparados aos filhos de pais indulgentes ou negligentes.

Vasconcelos-Raposo et al. Atividade física e estilos educativos parentais.  Portugal (2015).

Determinar a relação entre sexo, idade e prática de atividade física ao nível dos estilos educativos parentais e das atitudes e comportamentos habituais de estudo.

Entre 13 e 21 anos

O estudo concluiu que praticantes de atividade física percepcionam seus pais como mais responsivos e menos exigentes, em comparação aos não praticantes.

Faria; Pinto; Vieira. Construção da carreira: o papel da percepção dos filhos acerca dos estilos educativos parentais na exploração vocacional. Portugal (2015).

Analisar os estilos parentais percebidos pelos jovens e seus níveis de exploração vocacional.

Entre 14 e 23 anos

O estudo concluiu que os participantes que percebem seus pais como mais exigentes costumam possuir uma crença mais elevada da utilidade do comportamento exploratório, além de emiti-lo mais.

Simões et al. Bullying, vinculação e estilos educativos parentais em adolescentes do 3º ciclo do ensino básico. Portugal (2015).

Analisar a relação entre a qualidade de vinculação aos pais e amigos, os estilos parentais e os comportamentos de bullying observados junto de adolescentes.

Entre 12 e 17 anos

O estudo concluiu que os estilos parentais possuem influência no que diz respeito ao bullying e condutas de agressão. Estilos parentais que possuem o suporte afetivo como característica são aqueles que protegem os adolescentes de se envolver em comportamentos de bullying.

Ventura; Noronha. Autoeficácia para escolha profissional, suporte familiar e estilos parentais em adolescentes.  Brasil (2014).

Investigar a autoeficácia para escola profissional, suporte familiar e estilos parentais em adolescentes do ensino médio em termos de predição de crenças.

Entre 13 e 18 anos

O estudo concluiu que o suporte familiar e os estilos parentais, em especial aqueles nos quais a responsividade é maior, podem predizer crenças de autoeficácia para a escolha profissional.

Santos et al. A Relação entre os estilos parentais e o engajamento escolar.  Brasil (2014).

Correlacionar as dimensões dos estilos parentais com o engajamento escolar dos adolescentes, especificamente a interferências das variáveis demográficas e dimensões dos estilos parentais.

Entre 13 e 19 anos

O estudo concluiu que há uma relação positiva entre a dimensão responsividade e o engajamento escolar dos participantes da amostra.

Fonsêca et al. Hábitos de estudo e estilos parentais: estudo correlacional.  Brasil (2014).

Correlacionar as dimensões dos estilos parentais com os hábitos de estudo.

Entre 11 e 20 anos

O estudo concluiu que os participantes que veem seus pais como mais responsivos e essa responsividade está ligada à construção positiva de hábitos de estudo.

Fonte: Elaboração própria.


A seguir serão apresentados os resultados da análise qualitativa dos estudos, nessa análise foram destacados três grupos de informações que caracterizam as categorias temáticas dessa revisão.

Associações entre os estilos parentais e a saúde mental do adolescente

A saúde mental é um tópico fundamental no desenvolvimento do adolescente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (2022), a saúde mental pode ser definida como um estado de bem-estar sob o qual o indivíduo é capaz de recuperar-se de estresses rotineiros, ser produtivo e contribuir com sua comunidade. Esse é um elemento essencial à vida humana porque se estabelece com base em três pilares significativos: o bem-estar emocional, bem-estar psicológico e o bem-estar social (Veras; Dias, 2022). No presente trabalho, os resultados obtidos apresentam pontos essenciais para a discussão sobre os impactos dos estilos parentais na saúde mental do adolescente. Neste sentido, estudos como os de Rossi e Cid (2019) e Brito et al. (2020) apontam que alguns fatores que levam à vulnerabilidade da saúde mental dos adolescentes podem estar ligados a relações familiares conflituosas, tentativas de suicídio, agressões a si e a outros. Neste contexto, o ambiente escolar, que é um dos ambientes primordiais e importantes ao desenvolvimento humano, no qual os adolescentes estabelecem relações sociais com seus pares, vivenciam novas experiências e novas emoções, é parte da dessa discussão.

O desempenho escolar, que vai muito além do resultado de avaliações, pode trazer consequências ao indivíduo, aumentando ou diminuindo sua autoestima, dependendo de como os pais lidam com isso. A revisão de Rosa et al. (2022) apontou que o baixo desempenho escolar pode ser causado por problemas de comportamento e aprendizagem, grau de escolaridade dos pais, abuso e negligência. Nota-se que, diante dos resultados obtidos, é possível dizer que há uma ligação entre a dimensão responsividade, em especial no estilo parental materno, e o engajamento em atividades escolares no que tange a dedicação aos estudos, felicidade em realizar as tarefas e desenvolvimento de rotina de estudos, de modo que, pais mais responsivos conseguem proporcionar um ambiente positivo para o processo educacional de seus filhos (Santos et al., 2014; Fônseca et al., 2014). 

A vivência escolar também aborda, inevitavelmente, questões de convivência social, dentre estas, o bullying. Esse tema esteve presente em 14,28% (n=2) dos estudos como um aspecto prejudicial ao desenvolvimento da autoestima e autoconceito, bem como pode desencadear situações destrutivas ao adolescente e aqueles ao seu redor. O bullying, que tem uma grande preponderância no ambiente escolar, tem sido classificado como um grave problema de saúde pública (Leite et al., 2020). O estudo de Mota e Pinheiro (2018) apontou que os comportamentos de bullying são menos frequentes em adolescentes com pais com estilo parental democrático que, neste caso, é sinônimo para autoritativo. Ainda, adolescentes com pais que possuem estilo parental autoritário ou permissivo são mais propensos à prática de comportamentos de bullying. Em concordância, o estudo de Simões et al. (2015) concluiu que adolescentes que possuem pais com características de rejeição, em especial a rejeição materna, são mais propensos à agressão, ao passo que adolescentes com pais com características de suporte e apoio são considerados como protetivos a comportamentos de bullying. Corroborando com esses achados, a revisão de Silva (2022) aponta alguns prejuízos causados pela prática do bullying, como a depressão, baixa autoestima, ideação e tentativas de suicídio.

Ainda sobre a temática acima discutida, foram encontrados resultados que associam os estilos parentais e a sintomática psicopatológica, em específico a sintomática ligada à ansiedade e depressão. Nesse sentido, os estilos parentais podem atuar como fator de proteção à sintomática psicopatológica que provém do bullying, que é relevante à saúde mental. O estudo de Mota e Pinheiro (2018), investigou a relação entre os estilos parentais, comportamentos de bullying e a sintomatologia psicopatológica e pontuou que estilo parental autoritativo apresentou uma menor probabilidade de influenciar o desenvolvimento da sintomatologia psicopatológica em adolescentes, além disso, possuem uma menor probabilidade de apresentar comportamentos de agressão e vitimização com relação ao bullying, diferente do estilo parental autoritário que possui uma maior probabilidade de incentivar comportamentos de agressão e vitimização em adolescentes e, podem favorecer o aparecimento da sintomática psicopatológica.

Outro ponto significativo é a prática de atividades físicas, capazes de promover saúde e prevenir doenças, além de ser importante à saúde mental do adolescente (Wassenaar et al., 2019) refere-se a prática de atividades físicas, a qual auxilia na prevenção de doenças como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares (Bottcher, 2019). O trabalho de Vasconcelos-Raposo et al. (2015) pontou que a tendência dos adolescentes praticantes de atividade física é perceberem seus pais como mais responsivos, em comparação aos não praticantes. É importante considerar que, a prática de atividade física tem impactos em termos de saúde mental e pode funcionar com fator protetivo, em especial por apresentar influências positivas na qualidade de vida do adolescente, favorecer relações sociais e melhorar a autoestima (Furtado et al., 2023). Nota-se que o estudo que traz essa temática foi produzido em Portugal, o que pode levar à suposição de que no Brasil há um foco menor na investigação da associação entre estilos parentais e prática de atividades físicas, o que é preocupante à saúde física dos adolescentes brasileiros, em especial porque observa-se que no Brasil a prevalência geral da prática insuficiente de atividades físicas em adolescentes está em 83,6% (Guthold et al., 2020).

  O uso de drogas lícitas e ilícitas também pode afetar a vivência do adolescente por apresentar prejuízos mais acentuados devido à vulnerabilidade observada nessa faixa etária, os efeitos podem ser observados na saúde física e mental, como iniciação precoce da vida sexual, práticas sexuais sem segurança e abandono escolar (Almeida et al., 2021). Freitas e Souza (2020) mostram que o uso de drogas é maior quando há um relacionamento insatisfatório entre os adolescentes e seus pais, ou seja, quando os pais possuem dificuldade na colocação de limites e disponibilização de afeto e apoio, os adolescentes mostram-se mais vulneráveis ao uso de drogas, como maconha, solventes/inalantes, cocaína, dentre outros, quando comparados a adolescentes que contam com apoio, afetividade e entendimento dos pais.

Em contrapartida, o estudo produzido por Tondowski et al. (2015) propõe que adolescentes que observam seus pais como autoritativos possuem uma chance menor de fazer o uso de tabaco, quando comparados a filhos de pais que possuem estilos parentais negligente ou permissivo. Apesar de apresentaram diversos tipos de drogas lícitas e ilícitas, os estudos encontrados nessa revisão são unânimes ao pontuar a influência do estilo parental no uso de drogas de seus filhos, em particular, o estilo parental autoritativo como protetivo ao uso.

O impacto do uso de drogas lícitas e ilícitas também é observado na saúde mental. A revisão de Silva, Oliveira e Pachú (2021) destaca que o uso de drogas lícitas e ilícitas por adolescentes pode provocar efeitos negativos ao funcionamento de processos cognitivos, afetivos e comportamentais, ademais, traz prejuízos à aprendizagem e motivação. Em concordância com os resultados obtidos, observa-se na literatura que fatores como a falta de supervisão familiar e o uso de drogas feito pelos pais podem agir como fator de risco (Santana et al., 2022). 

Para além de elementos de risco ou cuidado na adolescência, os resultados desse estudo possibilitaram a visualização da confiança interpessoal, que diz respeito à maneira como o adolescente irá estabelecer sua relação com o outro, sejam amigos ou familiares. Nesse sentido, observa-se em uma das pesquisas que estuda esse tema da confiança interpessoal, relacionando-a com a vinculação dos adolescentes aos pais, pares e par amoroso, as autoras afirmam que o estilo parental autoritativo é capaz de proporcionar níveis mais elevados de confiança aos adolescentes, em especial no que diz respeito à vinculação aos pais, pares e par amoroso (Mendes; Dias, 2018). 

 

Associações entre os estilos parentais e o processo de escolha profissional do adolescente

A escolha profissional é um processo vivido pelos adolescentes durante a finalização do ensino médio e envolve o conhecimento de si mesmo e suas habilidades, além disso, a influência de pares e família é evidente neste período (Rosseto et al., 2022).  Estudos recentes como o de Terruggi, Cardoso e Camargo (2019) destacam que os adolescentes podem fazer sua escolha profissional seguindo as expectativas familiares, assim a família pode ser considerada como um fator que pode auxiliar ou prejudicar o processo de escolha.  A escolha profissional foi abordada em 28,5% (n=4) dos artigos incluídos nessa revisão (Moura; Maranhão, 2018; Murgo; Barros; Sena, 2018; Faria; Pinto; Vieira, 2015; Ventura; Noronha, 2014), nestes verificou-se que filhos de pais autoritativos possuem uma clareza maior sobre suas metas de vida e motivações para escolha profissional, são capazes de desenvolver níveis maiores de autoeficácia para a escolha, considerada essencial à motivação (Moura; Maranhão, 2018; Ventura; Noronha, 2014). Neste sentido, os autores Faria, Pinto e Vieira (2015) concluíram que adolescentes que possuem pais que são exigentes e colocam limites possuem crenças, ligadas à quanto o adolescente acredita que terá sucesso na área que pretende seguir, além do quanto acredita na importância desse comportamento exploratório, mais elevadas sobre a utilidade da exploração vocacional, que se refere ao comportamento de busca por preferências antes da escolha profissional propriamente dita, com a ressalva de que a exigência é importante ao estilo parental, desde que aplicada em equilíbrio à responsividade.

Em corroboração, o estudo de Murgo, Barros e Sena (2018) mostrou que adolescentes que possuem mães com atitudes mais compreensivas e que prestam maior suporte emocional, são aqueles que apresentam menores dificuldades sobre a escolha profissional derivadas de insegurança e imaturidade.  O fato de ter sido um dos pontos de destaque dessa revisão, mostra que a escolha profissional é um processo comum à adolescência, isso se deve, em partes, à repercussão que isso terá para o adolescente em sua vida adulta (Fonseca; Canal, 2022).

 

Associações entre os estilos parentais e o desenvolvimento social na adolescência

O desenvolvimento social é parte essencial da adolescência e possui uma grande importância à vivência em sociedade e amadurecimento da identidade do adolescente, nesse sentido, a família atua como o primeiro lugar de aprendizagem social (Lopes; Sadala, 2020). O estudo de Mota e Ferreira (2019) pontua que pais que possuem um estilo parental autoritativo promovem um nível maior de empatia, assertividade e autocontrole em seus filhos, que são características que facilitam a socialização do adolescente. Os autores pontuam também uma associação do estilo autoritativo com o neuroticismo, aqui utilizado como sinônimo para desajuste emocional, isto é o estilo parental autoritativo é mais protetivo ao adolescente e diminui a probabilidade do surgimento desse desajuste emocional.

Ainda sobre a socialização do adolescente, atualmente verifica-se que as redes sociais têm ocupado grande espaço na vivência do ser humano, Dias et al. (2019) citam que hoje é impossível imaginar-se sem a tecnologia que é proporcionada pela internet. O estudo de Monteiro e Mota (2021) traz que adolescentes que são expostos a um estilo parental materno permissivo ou autoritário são os mais propensos a desenvolver uma relação prejudicial com o uso das redes sociais. Ainda de acordo com o estudo supracitado, o estilo parental autoritativo está associado a um maior ajustamento emocional dos traços de personalidade, aqui entendidos como características individuais que são desenvolvidos pelo indivíduo ao longo de sua vida e que correspondem a padrões de comportamento, pensamentos e sentimentos, ou seja, quando os adolescentes são expostos a um estilo parental autoritativo, considera-se que seus traços de personalidade são mais ajustados e isso leva ao uso menos problemático das redes sociais. A discussão sobre o uso problemático das redes sociais se insere na adolescência e no debate sobre estilos parentais devido aos prejuízos que podem ser causados pelo uso excessivo, ou então pela busca incansável por aprovação e reconhecimento nas redes sociais. Isso traz um debate sobre a maneira como a sociedade moderna tem sido pautada na vida on-line e como a forma primária de socialização do indivíduo tem se dado via internet, estudos como o de Souza e Cunha (2019) pontuam que os efeitos negativos do uso das redes sociais nos adolescentes podem ser observados em mudanças na autoestima, transtornos de ansiedade, distúrbios alimentares e, em casos extremos, o suicídio.

Perante os resultados obtidos, percebe-se que a dimensão responsividade possui uma grande influência no comportamento do adolescente e é relevante no estilo parental. Esse aspecto é importante porque é essa dimensão que se refere às atitudes compreensivas dos pais, através do apoio emocional e comunicação recíproca (Costa; Teixeira; Gomes, 2000). Isso reforça que elementos positivos, ligados à maneira como os pais respondem aos adolescentes, são essenciais a um bom desenvolvimento físico, psicológico e social na adolescência.

 

Considerações Finais

O presente estudo adotou como método a revisão sistemática para entender quais os impactos gerados pelos estilos parentais no desenvolvimento biopsicossocial do adolescente. A partir dos resultados obtidos considera-se que o estilo parental autoritativo produz impactos positivos ao desenvolvimento do adolescente, em especial na saúde mental e física, escolha profissional e vivência social. Além disso, os resultados mostram que os estilos parentais autoritário e permissivo são capazes de produzir impactos negativos que podem ser estendidos até a vida adulta. Para que o adolescente tenha um desenvolvimento saudável é necessário que haja circunstâncias que vão além de condições fisiológicas de seu corpo, depende também de um ambiente familiar que estimule sua aprendizagem, independência, preste apoio e suporte, além disso, permita que o adolescente possa se descobrir e iniciar o processo de entender quem ele é.

É interessante observar que a dimensão da responsividade foi analisada e destacada pelos estudos e, diante dos resultados, nota-se que esse é um ponto indispensável para o desenvolvimento saudável do adolescente. Há outros estilos parentais, como o permissivo, que empregam um nível alto de responsividade que, apesar de ser positivo ao desenvolvimento, se aplicado de forma excessiva, também podem ocasionar prejuízos.

Deste modo, esse estudo pode servir como embasamento para intervenções com o objetivo de melhorar o relacionamento entre pais e filhos através da adaptação do estilo parental, com foco no equilíbrio entre responsividade e exigência, além de também possibilitar o desenvolvimento de trabalhos preventivos com adolescentes no ambiente escolar e trabalhos específicos com os pais.    

Esse estudo apresentou algumas limitações. A primeira dela é que não foram incluídos adolescentes que possuem transtornos de neurodesenvolvimento e/ou outros transtornos psicopatológicos, o que limitou os estudos apenas à população que apresentou a sintomática, sem a apresentação de um transtorno propriamente dito, isso não permitiu a visualização da manutenção ou melhora da condição a partir da utilização de um determinado estilo parental. A busca restrita apenas a bases de dados gratuitas também se constituiu como uma limitação devido à quantidade pequena de estudos disponíveis na íntegra, o que não permite a generalização dos resultados. Por fim, o caráter quantitativo dos estudos incluídos nessa revisão impossibilitou a visualização do fenômeno dos estilos parentais na adolescência, o que restringe os dados apenas a um aspecto de quantificação.

A importância desse estudo para a área do desenvolvimento humano encontra-se nos benefícios para este processo, os quais podem ser produzidos através da aplicação de um estilo parental com características de apoio, compreensão e suporte. Tais resultados podem significar uma maior adaptação às dificuldades vivenciadas no período da adolescência e maior ajustamento para a vida adulta. Para a área dos estilos parentais, essa revisão pode expandir a discussão, ao colocar em evidência os impactos que são observados em adolescentes, para além do que é visualizado de forma isolada, como os achados na amostra.

Recomenda-se que estudos futuros incluam adolescentes com quadros psiquiátricos já instalados para visualização dos impactos dos estilos parentais no funcionamento do próprio adolescente e no aspecto psicopatológico. Recomenda-se também a expansão das buscas em outras bases de dados para que seja possível confirmar se os resultados se mantêm ou se há alguma mudança. A produção de mais estudos com caráter qualitativo também é importante para visualização dos resultados de forma subjetiva, para além de aspectos quantitativos.

 

 

 

Referências

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Agradecimentos

Agradeço aos docentes do curso de Psicologia Elisângela Maria Machado Pratta, Elisete Corrêa e João Maurício Gimenes, que foram importantes para a criação desse artigo. Um agradecimento especial aos meus pais, Edson e Maria, que me apoiaram grandemente durante toda graduação. Por fim, agradeço meu noivo, Gabriel Figueredo, que me apoiou em todas as decisões, dentro e fora da graduação.


[1]Graduada em Psicologia. Centro Universitário Central Paulista - UNICEP. E-mail: psicobuenocamila@gmail.com

²Docente do curso de Bacharelado em Psicologia do Centro Universitário Central Paulista – UNICEP. E-mail: elipratta@gmail.com

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