ENADE TERÁ MUDANÇAS PARA APRIMORAR AVALIAÇÃO E MELHORAR METODOL
ENADE TERÁ MUDANÇAS PARA APRIMORAR AVALIAÇÃO E MELHORAR METODOLOGIA DE PROVAS
EDUCAÇÃO SUPERIOR
O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) passará por mudanças em
2016 para aprimorar a avaliação das instituições de ensino superior. O anúncio foi feito
pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e o presidente do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) nesta sexta-feira, 18, em
entrevista coletiva para divulgação dos dados do Enade 2014.
Entre as iniciativas, o ministro destacou o aperfeiçoamento da metodologia de
construção de provas do Enade. Na proposta do Inep, o cálculo do conceito do exame
passará a conferir, no lugar de uma nota, níveis de proficiência de estudantes por curso.
"O nível de proficiência dos estudantes é mais correto e mais justo, o estudante vai estar
em um patamar independente das outras instituições. Hoje o resultado das outras
instituições interfere demais com o conceito do Enade", explicou Mercadante.
Pela proposta, o Enade passaria a ser um dos critérios para acesso à pós-graduação e
entraria no histórico escolar do estudante. Outra iniciativa é o Enade Digital, que tem
como objetivo tornar o exame universal e anual para todos os concluintes. Todas as
propostas serão discutidas em audiências públicas.
O Enade é uma avaliação de rendimento dos alunos ao ingressarem e concluírem cursos
de graduação. O exame, que compreende os conteúdos dos cursos em que estão
matriculados, é trienal para cada área do conhecimento.
Preliminar ? No ano passado, a grande maioria dos cursos avaliados, 85,72%,
apresentou desempenho satisfatório (3, 4 e 5) no Conceito Preliminar de Curso. A
maioria das notas 4 e 5 foram apresentadas nas instituições públicas: 36,38%. Nas
particulares, o percentual de cursos com esses conceitos foi de 25,64%.
O indicador é calculado com base na avaliação de desempenho dos estudantes, corpo
docente, infraestrutura da instituição e organização didático-pedagógica. No ano
passado, foram avaliados 9.963 cursos de 43 áreas do conhecimento.
As áreas e eixos de conhecimento foram ciências exatas, licenciaturas, controle e
processos industriais, informação e comunicação, infraestrutura e produção industrial. O
Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), que compõe o Conceito
Preliminar, contou em 2014 com 396.862 concluintes participantes, de 43 cursos.
Instituições ? Obtiveram conceitos satisfatórios no triênio 83,91% das instituições de
ensino superior. A exemplo do Conceito Preliminar de Curso, no Índice Geral de Cursos
Avaliados da Instituição, as instituições públicas se destacaram. Dentre as que
obtiveram nota 4 no indicador, 32,27% são públicas e 15,8% são particulares. Já dentre
as que apresentaram o conceito 5, as públicas representaram 4,55%, enquanto as
privadas somaram 1,18%.
O Índice Geral de Cursos é resultado da média ponderada do Conceito Preliminar de
Curso, indicador de avaliação de cursos de graduação, e obedece a um ciclo de três
anos, em combinação com o resultado do Enade, que mede o desempenho dos
estudantes.
O cálculo foi feito para 2.042 instituições, considerando as avaliações dos cursos de
graduação feitas no triênio 2012-2013-2014 e as matrículas (matriculados e concluintes)
de acordo com os censos da educação superior do período.
Perfil ? Dos concluintes que participaram do Enade, 35% são os primeiros na família
com acesso ao ensino superior. É o que mostra levantamento feito a partir do
questionário socioeconômico, preenchido pelos estudantes. Os dados também apontam
que 47% dos estudantes têm, pelo menos, um dos pais que cursou até o ensino
fundamental. Outros 9,8% têm, pelo menos, um dos pais sem nenhuma escolarização.
De acordo com a pesquisa, 19% dos estudantes entraram no ensino superior por meio de
políticas de ação afirmativa ou inclusão social. Na maioria dos casos, o ingresso se deu
em função de terem estudado em escola pública ou particular com bolsa.
Para cursar o ensino superior, 30,3% do total de estudantes contaram com algum tipo de
financiamento ou bolsa ao longo do curso. Considerando-se somente as instituições
particulares, 46,8% tiveram financiamento ou bolsa.
A metade dos financiamentos ou bolsas foi concedida pelo Governo Federal, sendo que
56% dos estudantes beneficiados têm renda familiar de até três salários mínimos e 36%
ingressaram por meio de ações afirmativas.
Assessoria de Comunicação Social